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05/12/2023
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No xadrez empresarial que as pequenas e médias empresas jogam, estar livre das amarras regulatórias das grandes corporações é um movimento de dupla face. Por um lado, há agilidade e flexibilidade; por outro, uma vulnerabilidade que pode levar ao xeque-mate por um revés inesperado. As PMEs, portanto, não só podem como devem se apropriar de estratégias de gerenciamento de riscos, transformando-as em escudos e espadas neste jogo de tabuleiro corporativo.
Primeiramente, é primordial que as PMEs desenhem um mapa de riscos proporcionais à sua realidade. Pequenos deslizes podem ser ondas que balançam, mas não viram o barco. Contudo, é diante de tempestades maiores que se deve erguer a vela da precaução. Além disso, é essencial que estas empresas olhem para o horizonte, identificando não só os escolhos que devem evitar, mas também os ventos favoráveis que os levaram aos portos de sucesso. O aprendizado empresarial, assim, emerge tanto das rotas traçadas com sucesso quanto dos icebergs habilmente contornados.
Mas a gestão de risco não deve ser apenas um leme que evita o naufrágio; deve ser o compasso que aponta para novos mundos. A análise de perdas operacionais em bancos revela que os desastres mais significativos são infrequentes, mas devastadores. É essa disparidade que deve nortear a atenção dos gestores, que devem aprender a distinguir entre as ondas que podem surfar e as que devem contornar.
Nesse contexto, líderes visionários e gestores de risco astutos desenvolvem um apetite por desafios calculados, equilibrando a coragem de navegar mares desconhecidos com a sabedoria de quando ancorar. Celebrar os sucessos e dissecar os fracassos é a construção de uma cultura empresarial que não só resiste, mas floresce diante das adversidades. Cada membro da equipe, portanto, é incentivado a ser tanto um vigia atento quanto um navegador destemido.
Opinativamente, considero que muitas PMEs ainda encaram a gestão de riscos como um monstro do Lago Ness: muito falado, mas pouco visto. Essa percepção precisa mudar. A gestão de riscos não é um monstro a ser temido, mas um aliado a ser compreendido e utilizado. As empresas que reconhecem isso se equipam não apenas para sobreviver, mas para conquistar.
Além disso, acredito firmemente que a gestão de riscos é uma arte - e como toda arte, requer criatividade. Não basta aplicar fórmulas prontas; é necessário adaptar as estratégias ao contexto e à cultura de cada empresa. Nessa arte, a intuição é tão valiosa quanto os dados, e a ousadia, tão necessária quanto a cautela.
Por fim, vejo a gestão de riscos como um reflexo da liderança. Um líder que evita riscos a todo custo pode ser tão perigoso quanto um que os ignora. A verdadeira liderança está em equilibrar riscos e oportunidades, em tomar decisões informadas que considerem tanto o potencial de ganho quanto a possibilidade de perda. As PMEs que cultivam essa liderança não apenas se destacam, mas definem o futuro do empreendedorismo.
Sonhar grande e arriscar com consciência são marcas dos que não se contentam em apenas participar do mercado, mas desejam liderá-lo. As PMEs que se armam com uma gestão de riscos eficaz são aquelas que, no futuro, contarão as histórias de suas jornadas não como advertências, mas como lendas de sucesso. Assim, enquanto alguns veem na gestão de riscos um custo, os verdadeiros estrategistas empresariais enxergam um investimento no legado de suas empresas.
Autor:
Camila Farani
CEO e Investidora-Anjo