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07/10/2021

Hallyu, Round 6 e K-pop: a influência da indústria cultural sul-coreana no mercado digital
Hallyu, Round 6 e K-pop: a influência da indústria cultural sul-coreana no mercado digital

7 minutos de leitura

A Coreia do Sul é uma das mais prósperas nações do mundo devido ao seu desenvolvimento tecnológico e à presença de suas empresas ao redor do mundo. Pode ser que esta informação até seja novidade para muitos, mas a verdade é que essa prosperidade está rolando há três décadas e tem nome: Onda Coreana.

Quem aqui já ouviu falar de Hallyu, K-pop ou até mesmo da série coreana que está quase se tornando a mais vista da história da Netflix, Round 6?

Você pode ter deixado passar despercebido em alguns momentos, mas para quem vive nas redes sociais (o que, atualmente, eu diria quase o mundo inteiro!), em dado momento do seu dia corrido, seja naquela sugestão de conteúdo em seu Instagram ou passeando pelo Twitter, você, com certeza, viu uma foto da boneca “batatinha frita 1, 2, 3” de Round 6, que está sendo protagonista de diversos memes.

Mas se você é adepto aos diferentes gêneros musicais (ou mesmo que não seja), também já ouviu e viu uma característica comum nas músicas sul-coreanas representadas por uma grande variedade de elementos audiovisuais, que, com a força da internet, alavancou grupos da indústria da música como BTS, Blackpink, EXO, Twice, NCT, fazendo com que dezenas de artistas tomassem conta das plataformas de streaming e transformassem o K-pop no gênero musical mais consumido do mundo.

Consegue observar a potência e a influência que a cultura sul-coreana está proporcionando para o universo através do meio digital? É gigante!

Hallyu: Onda Coreana de 1990 retorna mais potente em 2021

Segundo o pai dos curiosos (Wikipedia), a onda coreana, também chamada de invasão coreana, é um neologismo referente à popularização da cultura da Coreia do Sul, a partir dos anos 1990. O termo teve sua gênese através dos jornalistas de Pequim, que se surpreenderam com a crescente popularidade da cultura sul-coreana na China. Este fenômeno, mais tarde, ganhou nova nomenclatura: “Hánliú“, que significa “fluxo da Coreia”, ou Hallyu, como muitos conhecem.

Em 2021, o sentido para a palavra Hallyu se conecta pela onda cultural coreana que se espalha ao redor do mundo, com o apoio do KOCIS, Serviço de Cultura e Informação da Coreia, braço do Ministério da Cultura, Esporte e Turismo do país. Diante deste cenário, a Coreia do Sul se mostrou como um fenômeno de cultura e entretenimento ao exportar inúmeros cartoons, filmes, séries, jogos digitais e coreografia para o mundo inteiro.

No Brasil não poderia ser diferente. Muitos desses componentes do mundo cultural coreano já chegaram por aqui e, sim, eu já esbarrei em adolescentes que usam faixas dessas bandas por conta do fanatismo que gira em torno do K-pop, e, também, pelo K-Drama, seriados exibidos na TV e na internet.

Mídias sociais como ferramenta de propagação da cultura coreana

Em todo o mundo, as mídias sociais têm sido um instrumento fundamental para a indústria da música. E este fenômeno não foi muito diferente para a nação do leste asiático, que chegou a atingir um público mais amplo, auxiliando o K-Pop a realizar aparições cada vez mais frequentes em paradas ocidentais de músicas como a Billboard, a revista semanal norte-americana que elege os grandes sucessos musicais.

Já para a série sul-coreana mais queridinha do mundo, Round 6, o investimento maciço em educação que colocou o país na 10º maior economia do mundo permitiu que a Coreia do Sul tivesse uma das séries mais assistidas da história. Em nível de comparação, hoje, o cinema, a música e a televisão feitos por lá são consumidos numa escala muito maior do que a produção cultural da China e do Japão juntos.

Fazendo uma retrospectiva de consumo, com o objetivo de mostrar que este fenômeno não é tão atual assim, quem não se lembra do sucesso global da canção “Gangnam Style”, lançada pelo cantor PSY em 2012? Ele nunca mais emplacou um hit do mesmo tamanho, mas o hit foi precursor (abrindo os ouvidos do mundo inteiro) do mundialmente famoso e aclamado K-Pop.

No cinema, “Parasita”, de Bong Joon-ho, o longa venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2019 e, no ano seguinte, foi o primeiro título em língua não-inglesa a levar o Oscar de melhor filme. Segundo o site IMDb, acumula mais de 300 prêmios, além de ter feito bilhões expressivas em diversos países.

Vamos falar de números? Veja o impacto da indústria cultural para o País

Na economia: O sucesso dos grupos musicais sul-coreanos levou o governo metropolitano de Seul a investir 481,8 milhões de wons (o equivalente a R$ 2,2 bilhões) na indústria musical. Só o BTS, o maior grupo de K-pop do país, movimenta de forma direta ou indireta, aproximadamente US$ 3,7 bilhões por ano para a economia sul-coreana (R$ 20,1 bilhões). O país, também, triplicou seu Produto Interno Bruto (PIB) entre 2000 e 2018 – de US$ 500 bilhões a 1,5 trilhão. A música está em um contexto de inovação em cultura e tecnologia que ajudou neste salto.

No turismo: Em 2019, o turismo sul-coreano teve forte impacto pela influência internacional dos grupos de K-Pop. De acordo com pesquisa feita pela Organização de Turismo da Coreia do Sul, 86,8% dos turistas entrevistados à época disseram que a preferência pelo estilo musical foi o que influenciou na decisão de visitar o país. O levantamento apontou que as despesas gastas com turismo foram em média R$ 5,3 mil por pessoa com serviços e atrações como o encontro com artistas, os chamados fan meetings.

Hit Dynamite: receitas geradas pelo grupo BTS

A música Dynamite, que ficou no top da Billboard Hot 100 durante o período de 31 de agosto a 13 de setembro de 2020, pode ser considerada a galinha dos ovos de ouro da indústria cultural coreana. Somente esse hit do grupo BTS gerou US$ 1,5 bilhão (R$ 8,18 bilhões) para a economia do país. Após o lançamento da música, a exportação de bens e consumos relacionados ao K-pop aumentou 312 milhões de dólares (R$ 1,7 bilhão). Houve crescimento nas vendas de roupa e cosméticos sob influência do grupo: US$ 240 milhões (R$ 1,3 bilhões) em cosméticos e US$ 180 milhões (R$ 981 milhões) em roupas.

Round 6: a série queridinha que virou febre mundial

No top 10 de séries mais vistas da Netflix desde sua estreia no dia 17 de setembro, o novo seriado da Coreia do Sul é a sensação do momento. Todo esse desempenho e sucesso tem sido notado por investidores que ampliaram suas ações no mercado coreano. As produtoras Bucket Studio Co e Siren Pictures, responsáveis pela série, viram suas ações crescerem 70% e 50%, respectivamente. Esse comportamento de mercado pode ser explicado pela atual demanda mundial de produções coreanas.

A onda coreana traz mares calmos e contribui expressivamente para a economia do país. Esta é uma representação de verdadeiros Sharks que nadam em um oceano azul há três décadas, desde o seu foco em economia criativa acompanhado de um mar próspero promovido pela indústria cultural e acelerado pela transformação digital.

Esse mar está atraindo muitos outros países e influencia o mundo inteiro através da Hallyu. Não é à toa que no Brasil, durante a pandemia, nos tornamos o terceiro maior consumidor de K-dramas (seriados da Coreia do Sul) no mundo, segundo a pesquisa do Ministério da Cultura, Esportes e Turismo, realizada em 18 países pela Fundação Coreana para Intercâmbio Cultural Internacional entre setembro e novembro de 2020.

Esse é o impacto da indústria cultural sul-coreana no mundo. Falta saber até quando a Hallyu vai continuar sendo um fenômeno global. Fica a reflexão.

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Autor:

Camila Farani

CEO e Investidora-Anjo

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